Até onde você iria em resposta ao chamado de Cristo?
A leitura do primeiro e do segundo capítulo de Atos dos Apóstolos traz mensagens valiosas, sobretudo, a manifestação e capacitação do Espírito em cada apóstolo para a pregação do evangelho.
Jesus foi claro ao nos dizer que sem Ele nada poderíamos fazer (João 15)* e que o envio do Consolador (João 14) nos auxiliaria nas demandas da vida e da missão a nós imputada. Com a vinda do Espírito Santo, o Cristo que vivia entre nós (Emanuel, Deus conosco) foi assunto aos céus e o Espírito Santo veio para se manifestar como Deus em nós. Quão valioso é sermos vasos de barro (Romanos 9) que carregam tal valioso tesouro: a mensagem do Evangelho e a Presença do Senhor. Mas, permita-me perguntar: Para quê precisamos do Espírito Santo?
Atos 1:8 responde a uma das muitas situações pela qual carecemos dEle, e é aqui que pretendo me apegar à reflexão de hoje. “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria, e até aos confins da terra”. No nosso contexto atual, onde/quem é Jerusalém? E Judeia? E Samaria? Acredito que no que cabe “Até os confins da Terra” esteja meio óbvio. Diante disso, te convido a fazer uma viagem no tempo e compreender o contexto da época em que essa mensagem foi pregada.
Quando Jesus estava fisicamente entre nós, Jerusalém era o centro do judaísmo: a capital do culto prestado à Deus, das festas e dos sacrifícios, onde estava o Templo que trazia peregrinos e conservava a formação e ensino judaio. Apesar do domínio romano, como bem vemos nos evangelhos, os judeus ainda conseguiam manter boa parte da sua cultura, costumes, hierarquias e organizações conservadas. Jesus pregou o evangelho do Reino lá.
Judeia era uma província (território) conquistada pelo império romano, sendo assim, tratava de pagar impostos e tributos ao líder da época. Funcionava como uma “cidade” (região, melhor dizendo) constituída, com reis, hierarquia e organização própria. Jesus caminhou por distintas regiões, igualmente pregando o evangelho do Reino.
Samaria era a capital do reino de Israel, rival declarada de Judá (onde estava Jerusalém). Os samaritanos (que surgiram quando o povo de Israel se misturou com pessoas de outros povos e crenças) e os judeus mantinham conflitos na época, e tais diferenças podem ser notadas no encontro entre a mulher Samaritana e Jesus (João 4), onde nosso Senhor também pregou o evangelho do Reino.
E, até os “confins da terra” está claramente sujeito à interpretação: qualquer lugar que não se destine exclusivamente a essa região, seja atravessando oceanos à barco ou terras à cavalo. Gosto de pensar no exemplo de Paulo, que se aventurou para além do território judeu, deparando-se com os gentios e a pluraridade de costumes e religiões existentes. Pode-se dizer que Paulo foi até os “confins da terra” que lhe foi permitido e delegado pelo próprio Jesus (Atos 9:17).
Por que resgatei esses pontos? Note que algumas palavras foram destacadas nos exemplos acima: Jerusalém/Templo, Judeia/Cidade-Região, Samaria/vizinho-rival, Confins da terra/outras terras. Jesus poderia muito bem ter se restringido apenas à Jerusalém, afinal de contas, ele veio para os seus (João 1:11a). Mas não. Jesus foi muito além ao nos delegar a continuidade da missão que Ele iniciou.
O nosso trabalho na pregação do evangelho e na expansão do reino de Deus começa dentro (no templo) e se expande até as fronteiras vizinhas. Ele alcança aqueles que são considerados inimigos, que têm costumes e crenças diferentes, e aqueles que estão aqui, na nossa cidade, no nosso bairro, dentro da nossa igreja. Jesus não se restringiu à uma região, não isolou qualquer espaço geográfico e nem deixou a igreja em si de fora. Ele foi abrangente e vemos isso na comissão dos próprios apóstolos, quando Paulo foi comissionado aos gentios e Pedro, aos Judeus. Nós devemos seguir o seu exemplo em obediência consciente, alegre, imediata e completa.
Nos próximos dias, alguns trabalhos em desenvolvimento serão apresentados para que você se informe acerca de ações de discipulado (pregação do evangelho aos de dentro, “jerusalém”), evangelização local (na cidade e região), evangelização aos vizinhos (outras regiões, até mesmo nos lugares menos quistos que existem), e fora do nosso estado/país (até os confins da terra, aos gentios). Fique atento!
Sabemos que apenas Jesus carrega as Palavras de Vida Eterna (João 6). Tendo isso em mente, o Espírito Santo em nosso coração e as “malas prontas” em obediência, eu te pergunto: Para onde iremos nós? Atos 1:8 responde: Jerusalém, Judeia, Samaria e até os Confins da Terra.
Medite nessa breve reflexão!
— Danielly N Ferreira
*Tire um tempo para ler e meditar nos capítulos aqui destacados, se possível.